©Romeu Silveira |
A vida e a obra de um artista, podem complementar-se ou não.
Uma biografia que se torna parte da obra é igualmente bela quanto uma obra que fala por si só. Porém a vida e obra de Alexander Mcqueen são de tal forma, contrastantes entre si, que seu resultado não viria a ser só mensurado pela indústria da moda, mas sim, considerado como uma das mais belas expressões de arte já vistas.
Lee, como era chamado pelos amigos e familiares, faleceu no dia 11 de fevereiro de 2010, após uma intensa depressão ocasionada pela morte da mãe.
Quanto à sua vida e história, Mcqueen mantinha-se sempre discreto, deixando os holofotes unicamente para as modelos agraciadas com seus espartilhos apertados e sapatos que desafiavam tanto a estética quanto a gravidade.
O mais novo de seis irmãos de uma modesta família londrina, (seu pai era motorista de taxi e sua mãe professora de ciências), McQueen nasceu em 17 de março de 1969. “McQueer”, como lhe chamavam os colegas na escola, fazia os vestidos das três irmãs quando ainda criança, e permaneceu com o interesse, a princípio na costura e alfaiataria. Aos 16 anos abandonou o colégio e conseguiu seu primeiro emprego de aprendiz, na Savile Row, passando por ateliers de renomes como o de Anderson & Sheppar, e também Gieves & Hawkes. Porém grande parte de seu estilo seria absorvido no período que trabalhou como figurinista teatral na Angels and Bermans , onde aprendeu técnicas de modelação e corte do século XVI .
Alexander foi descoberto pela editora de moda Isabella Blow, quando apresentava sua coleção de graduação na conhecida escola Central Saint Martins. Isabella foi ensinando o jovem designer a se movimentar com mais desenvoltura pelo sofisticado mundo da moda e tornaram-se muito amigos. Quando ela se suicidou em 2007, Alexander ficou devastado. Não haveria desconfianças de que três anos após, ele se encontraria na mesma situação em seu apartamento em Londres.
McQueen lançou a sua marca em 1992. Com o corte perfeito de sua alfaitaria somado a sua mente transgressora, ficou conhecido pelas coleções de caráter teatral. Com seu temperamento explosivo o estilista ganhou o apelido de “L’enfant Terrible”. Mesmo com a imagem de mau rapaz e as crises de mau humor, seu trabalho era impecável, o que lhe rendeu em 1996,1997 e 2001 o British Designer of the Year Award, e quatro anos após lançar sua marca foi nomeado sucessor de John Galliano na direção artística da Givenchy.
McQueen desenhava as coleções de forma a servir o desfile e entreter o público. Tinha uma preocupação inédita com o conceito por trás das roupas, e de como fazer sua coleção e o desfile agruparem-se num só espetáculo não convencional.
E quanto as inspirações para suas criações, McQueen, via no mais inóspito fundo do mar, no reino animal, no lixo e até mesmo nos objetos mais comuns de seu cotidiano, possibilidades.
Tragicamente, Lee suicidou-se no dia 11 de fevereiro de 2010, poucos dias antes de apresentar mais uma coleção, pondo fim à sua vida, mas não a sua obra que permanecerá inspirando mentes e reafirmando cada vez mais a moda como uma expressão pura de arte.
Confira uma de suas ultimas entrevistas, traduzida e legendado por nós, e entre na mente de um dos mais brilhantes e iconoclastas artistas do século.
Agradecimentos: Alex Londres, Vitor Lisboa.
COLEÇÃO PÓSTUMA DE ALEXANDER MCQUEEN
“Você tem que conhecer as regras para poder quebrá-las. E estou aqui pra isso, pra demolir as regras, mas manter a tradição.”
“Eu quero deixar a mulher mais poderosa. Quero que as pessoas tenham medo da mulher que eu visto”
“Passei um bom tempo aprendendo como construir as roupas, o que é importante fazer antes de descontruí-las.”
“Vejo o que passa na cabeça das pessoas, aquilo que elas não querem admitir ou encarar. Os desfiles são sobre o que está enterrado na mente delas.”
“É importante olhar para a morte, porque ela é parte da vida. É triste, melancólico, mas ao mesmo tempo romântico. É o fim de um ciclo e tudo precisa de um fim. O clico da vida é positivo, porque dá espaço para novas coisas.”
“Eu tento forçar uma silhueta. Mudar a silhueta é mudar o pensamento de como nos vestimos. Observo tribos africanas e como eles se vestem e seu ritual. Existe muito tribalismo nas minhas coleções.”
“Gosto quando as coisas são modernas, mas ainda com um toque de tradição.”
“Nunca tive aspiração a fazer produção em massa. Com minha formação em alfaiataria, meu trabalho envolve muito amor e cuidado, por isso muitas das minhas roupas são feitas a mão em Londres. Não para surpreender a platéia durante os desfiles, mas sim porque eu amo.”
“Mulheres tem que parecer como mulheres. Um pedaço de cartolina não tem sexualidade alguma.”
“A beleza pode vir dos lugares mais estranhos. E as coisas feias são as que mais olho, porque as outras pessoas tem tendência a ignorar coisas feias. Eu acho beleza no grotesco.”
Alexander McQueen ♦17/03/1969 †11/02/2010.
6 comentários:
Post perfeito!
Como sempre, perfeitos no material publicado! Arrasaram!
Um Post mais que perfeito!
Parabéns galera!!
Fantástico!
uffaa
xx
@raphaelpaixao_
http://www.youngfashionporraphael.blogspot.com/
Uma so palavra: AMAZING !
Quase chorei, me emocionei mesmo! Alem de super fa eu tive o prazer de conhecer o Lee - Alexander Mcqueen .Vcs nao poderiam ter feito um trabalho mais verdadeiro e completo sobre a vida e o trabalho deste genio da moda e arte!
Super orgulhosa dos meus 3 filhotes! Alex Londres x
God Save McQueen
incrivelmente incrivel,
God Save Mcqueen²
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